O futebol amador de
Campinas passa por momento delicado... Se ninguém abrir os olhos o futebol de
fim de semana será restrito as peladas onde os próprios participantes fazem
suas regras e não necessitam de juiz, ou melhor, árbitro.
Há algumas semanas atrás dirigentes
de ligas, dos clubes e jogadores ficaram perplexos com a falta dos árbitros em
algumas partidas e até mesmos em semifinais de certamente importantes, “cadê o
árbitro?!,” esta foi à pergunta em tom de afirmação quando estes seres humanos
que deixam seus lares e familiares logo nos primeiros raios do sol a cada final
de semana, esta ausência causou certo desconforto na falida estrutura do
futebol amador de Campinas.
Campinas precisa
urgentemente passar por uma reciclagem completo no seguimento futebol amador,
não temos praças de esportes que suportam tantas competições, as poucas que
temos estão na UTI, há anos se fala que irão dar um jeito na praça de esporte
Argemiro Roque (São Bernardo), só promessa, dinheiro tinha, verba federal, pois
uma placa ostentava este valor fixado na própria praça, o que foi feito com
este dinheiro? Não sabemos.
Os dirigentes de Ligas se
bancam em suas vaidades falando que seus campeonatos são melhores que da outra,
mas que observamos nos últimos 10 anos que isso é uma câncer que esta comendo o
futebol amador pois são realizados de forma precária, juntos, com as mesmas
datas, em locais sem nenhuma condição de abrigar uma partida de futebol, campos
sem alambrados, pois se chamarem os alambrados das praças com este nome são
mentirosos, pois estes alambrados estão totalmente destruídos, remendados , vestiários
sem a mínima condição de higiene, os que são cedidos aos árbitros muitas vezes
estão cheio bagulhos, verdadeiros depósitos, isso é desumano e falta de
respeito aos que se dedicam apitar estas partidas.
Os tribunais que deveriam
colocar ordem na casa são os primeiros as se esquivarem da responsabilidade de
punir os infratores, se escondem em leis que na verdade não serve para nada,
pois o atleta amador punido cumprir certo tempo da pena e depois pode pedir uma
espécie de perdão e voltar atuar, isso tem que mudar, têm exemplos em outras
localidades que observar seus próprios regulamento e as punições são severas e
os infratores tem que cumprir toda pena e sem essa de cesta básica.
Os clubes hoje não
precisam mais ter CNPJ como no passado era exigido pelas ligas, são estruturas precárias,
seus comandardes muitas vezes visam à vitória a qualquer custo, não se preocupam
em montar um elenco capaz de conseguir as vitorias dentro de campo, contrata
jogadores que por sua vez assinam para outros clubes nos mais diversos
campeonatos e quando as datas e horários coincidem escolhe aquele que oferecer
melhor gratificação, com isso vendo o seu investimento ser ameaçado por não contar
com as principais peças eles responsabilizam a arbitragem pela derrota e não os
jogadores que o deixaram na mão. Claro que temos algumas exceções.
O processo de formação
dos árbitros também está falido, a escola de arbitragem não consegue formar 10
árbitros por ano, e os poucos que estão fazendo ou terminando o curso são
mulheres, alunos de educação física e pessoas que após receber o diploma vão
atuar nas ligas vizinhas em busca da segurança que esta lhes oferece.
O sistema de gestão da arbitragem
também tem que passar por um polimento, rever certos conceitos de campeonatos e
divisão da taxa, não pode mais o árbitro ficar com menor parte da taxa
recolhida pelos clubes, tem que ser algo transparente, as escalas tem que ser
mais humanas, ou seja no máximo o árbitro atuar em apenas duas partidas e não
fazer quatro, como este sistema atuar requer, pois o árbitro na terceira partida
do dia não esta mais em condições física e nem psicológica em atuar, erros
serão mais constante e estes erros podem prejudicar a partida que esta atuando
trazendo consequências perigosas a sua integridade física.
Os árbitros também estão falidos
ou seja não se reciclam, muitos dizem que não necessitam rever as regras, pois
nada mudou, fez o curso há dez anos e continua achando que sabe na ponta da língua
as 17 regras e suas diretrizes, são árbitros que estão em processo de
aposentaria, pois já estão a mais de 20 anos atuando, as condições físicas não
são as mesmas quando iniciaram na arbitragem e se submetem a atuar em quatro
jogos, isso é burrice, pois os jogos da tarde sempre são cercados de condições
mais adversas e a possibilidade de agressão é maior, pois sabendo que alguns torcedores
passam a manhã se embriagando e depois vai à tarde torcer, sem falar dois
jogadores, que já atuaram de manhã e vão novamente atuar, certamente seu desempenho
não será o mesmo se tivesse descansado, dai outro perigo, pois ao invés de
jogar com os pés eles passam a jogar com a boca, transformando o jogo em um martírio
para arbitragem. Também temos algumas exceções.
Estamos a eminencia do
inicio do campeonato municipal, o que esperar deste evento? Não temos estrutura
para realizar uma competição com esta quantidade clubes, não temos praças de
esportes em condições, não temos clubes em condições, não temos tribunais em
condições, não temos dirigentes em condições, não temos gestores de arbitragem
em condições, não temos árbitros em condições, não temos condições...
Secretario de Esportes,
vereadores, diretor de futebol amador o que vocês pretendem com este campeonato?
Senhores dirigentes de ligas, de clubes, o que pretendem com este campeonato? Senhores
técnicos e jogadores que pretendem com este campeonato? Gestores e arbitragem o
que pretende com este campeonato? Fica a pergunta, responde quem quiser.
Por Valter Ferreira
Mariano